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Workaholic: quando chegou a hora de buscar um tratamento?

Cuidar da saúde mental no trabalho é um tema recorrente entre profissionais da gestão de recursos humanos e os próprios colaboradores. Muito se fala em estresse e na síndrome de burnout, mas neste artigo, vamos focar em um assunto não tão explorado: os workaholics e a necessidade de tratamento do problema.
As empresas precisam tomar cuidado para evitar que esse colaborador seja valorizado. Afinal, o workaholic são pessoas que trabalham demais e podem facilmente ser confundidos com profissionais produtivos e dedicados. Saiba mais sobre o assunto e evite que o seu negócio seja atingido pelo problema.


O que é um workaholic?


Se você já ouviu a expressão workaholic, muito provavelmente ela foi empregada a um contexto em que o indivíduo passava muito mais tempo que o necessário trabalhando.
Vivemos em uma cultura que valoriza e elogia pessoas dedicadas, não pelos resultados entregues, mas pelo volume de trabalho realizado. Quanto mais horas o profissional passa na empresa ou quanto mais ocupações tiver, ele é melhor visto pelos olhos da sociedade.
No entanto, os workaholics não são pessoas que têm uma necessidade viciante de trabalhar. Muitas vezes, ele se envolve em uma jornada de trabalho compulsiva para evitar outros aspectos de sua vida pessoal. Eles não mergulham no trabalho por prazer, mas por um ou mais desses 3 motivos principais:

  • compulsão — “preciso conquistar isso”;
  • fuga — “estou melhor aqui do que em casa/melhor fazer isso do que pensar nisso”;
  • insegurança — “quanto mais eu fizer, melhor eu vou parecer”.


Essa condição é considerada como um transtorno obsessivo-compulsivo. Por isso, o mais indicado é que os workaholic sejam submetidos a tratamento.


Qual a diferença entre ser um viciado em trabalho e gostar de trabalhar?


Os profissionais workaholics podem ser facilmente confundidos com pessoas que gostam de trabalhar, afinal, como citamos, nossa cultura valoriza o excesso de trabalho — e existe uma sutil diferença entre os dois perfis.
O que faz um workaholic precisar de tratamento é que, para ele, o excesso não é algo ocasional, mas uma condição permanente. Por exemplo, a equipe de marketing de uma empresa pode trabalhar com uma carga horária além da habitual 2 semanas antes de um evento, para garantir que tudo saia como o planejado.
Já um profissional workaholic sempre está pressionado por um alto volume de trabalho, evitando cumprir com todo o seu horário de almoço para apresentar novas ideias, novos projetos, contatar clientes e realizar outras atividades pertinentes ao seu cargo. O ponto crucial é que um workaholic não sente prazer em ter essa rotina, é um funcionamento automático.
Veja as principais diferenças entre um workaholic e um worklover.


Workaholic

  • Reclama do trabalho nas poucas horas de folga;
  • Não consegue ficar longe do trabalho;
  • Sente-se inseguro, pressionado e estressado o tempo todo;
  • Está sempre em busca de atender as expectativas alheias;
  • Acha que precisa trabalhar ainda mais para demonstrar seu talento.


Worklover

  • busca realização pessoal e profissional;
  • planeja o que fazer nas horas de folga, aguardando férias e final de semana, mas volta ao trabalho com alegria;
  • procura crescer na carreira e melhorar seu desempenho para atender suas próprias expectativas, não somente a dos outros;
  • sente satisfação com o trabalho.


Quais os riscos que a pessoa workaholic corre?


Para o trabalhador, o problema não tratado pode gerar:

  • impactos nas relações com filhos, cônjuges, pais e amigos;
  • problemas de saúde física, pois, a compulsão pode interferir na imunidade e fazer com que o profissional acabe adoecendo com maior frequência;
  • redução da eficiência no trabalho e aumento do retrabalho, pois, não há um
  • planejamento de tarefas, apenas um acúmulo de demandas;
  • risco de desenvolver síndrome de burnout.


Quais os impactos de ter colaboradores nessa condição?


Em primeiro lugar, é fundamental desapegar da ideia de que o volume da carga de trabalho é proporcional à produtividade e, consequentemente, a lucratividade. O que torna um time produtivo e uma empresa rentável é a qualidade do seu capital humano, não a quantidade de horas trabalhadas.
Um profissional workaholic sem tratamento traz diversos impactos negativos para o negócio, como:

  • aumento do absenteísmo e da rotatividade;
  • conflitos internos;
  • diminuição da performance;
  • elevação dos níveis de estresse que podem atingir toda a equipe;
  • queda nos níveis de satisfação e engajamento.


Como é o tratamento para os workaholic?


Os sintomas mais comuns de que um profissional se transformou em um workaholic envolvem:

  • desenvolve uma paranoia sobre seu desempenho no trabalho;
  • fica obcecado com o sucesso profissional;
  • passa a ter problemas com os relacionamentos pessoais por causa do trabalho, ou usa a profissão para evitar de se relacionar;
  • perde horas de sono, pois, se compromete com novos projetos mesmo sem ter espaço na agenda para eles;
  • tem muito medo intenso de falhar;
  • trabalha por longas horas, mesmo quando não é necessário;
  • trabalhando para lidar com sentimentos ruins ou situações delicadas, como o luto;
  • vê no trabalho uma válvula de escape para lidar com sentimentos ou situações.


Essa condição, como todas as outras relacionadas à saúde mental no trabalho, reforça a importância de as empresas garantirem o tratamento para o workaholic, especialmente no sentido preventivo.
Investir no bem-estar corporativo é uma forma de evitar que os profissionais vejam o trabalho como uma válvula de escape, e não como uma ocupação. Líderes e gestores devem manter uma comunicação direta com os colaboradores, para que eles se sintam à vontade para compartilhar seus problemas e se sentirem acolhidos.
Paralelo a isso, devem oferecer condições para contornar esses problemas, desde o básico — como controlar horas extras e garantir que as normas de saúde ocupacional sejam atendidas –até ações que tornem o dia a dia mais leve, como, por exemplo, incluir ginástica laboral na rotina e fornecer tratamento psicológico.
Em alguns casos severos, pode ser necessário entrar com medicação. Por isso, a intervenção de um profissional da saúde é essencial para avaliar a condição do trabalhador.
Não é somente o workaholic que deve buscar tratamento, também é responsabilidade da empresa identificar quando um colaborador deixa de ser só produtivo e passa a se tornar um retentor de tarefas. Inclusive, o envolvimento dos gestores pode facilitar que o profissional reconheça o problema e busque ajuda.
Este é um assunto importante para todos que enfrentam o mercado de trabalho. Ajude seus amigos e colegas de trabalho a cuidarem da saúde mental, compartilhe este artigo nas redes sociais.

2 comentários em “Workaholic: quando chegou a hora de buscar um tratamento?”

  1. Pingback: [junho/2021] Como melhorar a saúde Financeira dos colaboradores? - Expert Ocupacional

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