Na mesma velocidade em que as tecnologias otimizaram o tempo, reduziram os custos e aumentaram os índices de produtividade, elas também tiveram um papel preponderante no aumento das doenças mentais. Entre elas, a Síndrome do Pânico no trabalho.
Com as excessivas cobranças por resultados positivos, muitas vezes com metas desumanas, sem falar no aumento da competitividade entre as empresas, o problema vem se agravando no Brasil e no mundo. É o que vamos mostrar ao longo deste post. Confira!
O que é Síndrome do Pânico no trabalho?
A Síndrome do Pânico é uma doença mental que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo. Geralmente, ela causa um ataque de nervosismo e um medo exagerado em relação a questões do cotidiano, como uma simples ida ao banheiro sozinho ou ao refeitório.
Dessa maneira, a pessoa fica paralisada e se sentindo acuada, sempre achando que algo ruim vai acontecer. Ou seja, a sensação de perigo é constante, principalmente, em relação à morte.
Isso porque a pessoa chega a perder o estado de consciência e a percepção da realidade, focalizando apenas as sensações de pânico. Muitas vezes, o ataque é rápido e dura, em média, de 10 a 20 minutos, mas a frequência e intensidade vão aumentando caso a pessoa não se trate, o que pode agravar o quadro.
Diferenças com a Síndrome de Burnout
Apesar de ambas terem ligação com o estresse e cobranças excessivas por resultados no ambiente corporativo, existem muitas diferenças. A Síndrome de Burnout é entendida como um esgotamento físico e mental dos trabalhadores, principalmente, em razão do estresse, de assédios e, até mesmo, da má convivência com os demais colegas de trabalho.
Já a Síndrome do Pânico, geralmente, atinge quem já tem histórico de outras doenças mentais, como depressão ou ansiedade. A maior parte dos portadores sofre, ainda, de neurose, estado identificado por Sigmund Freud.
Assim, a fobia acaba se manifestando diante de situações que despertam o medo ou que colocam a pessoa sob pressão, como um elevador, constantes ruídos, falas em tom alto de voz, ameaças, cobranças por resultados etc. Como ainda têm diversas situações negativas na vida pessoal, vivenciar momentos de tensão no trabalho pode desencadear a doença.
No entanto, os sintomas de Síndrome do Pânico e de Burnout são bem próximos. Por isso, somente um psiquiatra poderá destinar um diagnóstico preciso e fechado sobre o caso.
Nesse sentido, enfatizamos a importância da realização de exames e consultas com especialistas, principalmente, no caso de doenças mentais. Isso porque elas precisam ser detidas no começo, antes que se tornem crônicas e um verdadeiro problema para a vida profissional e pessoal.
Como ela é causada?
Apesar da proximidade com Burnout, a Síndrome do Pânico ainda não tem as causas muito bem definidas. O que se sabe é que situações de estresse, pressões constantes, trabalho em excesso e ambientes tóxicos acabam tendo um papel preponderante no seu desencadeamento.
Mas existem inúmeros fatores genéticos que podem explicá-la, além de experiências traumáticas e mudanças radicais. Ela pode ser interpretada como uma resposta do próprio organismo para algo que tenha remetido ao perigo.
No caso da Síndrome do Pânico no trabalho, fica claro que alto nível de exigências, aumento do desemprego, esgotamento na rotina e ambiente estressante têm fortes influências em relação a esse problema. Existem inúmeras situações de risco, tais como:
- jornadas exaustivas;
- situações de assédio verbal ou moral;
- problemas de comunicação;
- cobranças fora da realidade e com metas difíceis de serem atingidas;
- clima organizacional ruim;
- alto índice de insatisfação por parte dos colaboradores.
Quais são os sintomas da Síndrome do Pânico no trabalho?
Os ataques são rápidos, mas podem se intensificar caso o trabalhador não receba o devido acompanhamento médico. Existem pessoas que têm ataques semanais, outras, podem ficar meses sem sintomas ou com um acontecimento sem aviso prévio. No entanto, há sintomas que podem vir antes ou depois da crise.
Por isso, a ajuda especializada é fundamental, principalmente, para agir preventivamente. Analise alguns sinais de quem sofre dessa doença:
- ritmo cardíaco acelerado;
- taquicardia;
- sensação de sufocamento;
- respiração ofegante;
- sudorese;
- tremores;
- sentimentos negativos, como indiferença;
- dormência ou formigamento nos pés, mãos ou rosto;
- medo da perda de controle, de enlouquecer ou até de morrer;
- desconforto em várias partes do corpo;
- náusea, desmaio, tonturas;
- agitação;
- bloqueio;
- sentimentos de derrota.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico da Síndrome do Pânico no trabalho só pode ser feito por um médico, especialista em Psiquiatria. Ele solicitará exames físicos, de sangue e eletrocardiograma, tendo como base os sintomas apresentados pelo trabalhador.
Além disso, o profissional faz uma anamnese no paciente, analisando o histórico e fatos mais recentes. Caso várias situações se concretizem, o diagnóstico é confirmado.
Tratamento
Fechado o diagnóstico, o trabalhador precisa fazer um tratamento médico especializado, que objetiva a redução das crises e de suas intensidades. Para isso, medicamentos psiquiátricos são prescritos, assim como terapias, que podem incluir consultas com psicólogo ou outros métodos psicoterapêuticos.
Afinal, quem não se trata pode ter sérios problemas no dia a dia corporativo, como afastamentos e, até mesmo, uma aposentadoria por invalidez. Isso porque a Síndrome do Pânico pode influenciar outros males, como depressão, alcoolismo, drogadição etc.
Como lidar com esse transtorno dentro da empresa?
Apesar de ser um problema que tem aumentado nos últimos anos, é possível prevenir a Síndrome do Pânico no trabalho por meio de atitudes saudáveis e que valorizem o colaborador. A primeira dica é motivar a cultura de bem-estar e qualidade de vida no ambiente corporativo. Como? Por meio de campanhas em prol da saúde mental.
Estimule os bons hábitos e a alimentação saudável, e enfatize a importância de os trabalhadores contarem com momentos de lazer, sempre com um viés de saúde. A conscientização é importante e pode englobar, ainda:
- prática de atividades físicas;
- busca por consultas preventivas;
- leituras;
- meditação;
- yoga;
- hobbies.
Enfim, o ambiente de trabalho deve ser agradável e com um olhar para o ser humano de uma maneira integral. É essencial incentivar os trabalhadores que já foram diagnosticados a continuar no tratamento, oferecendo os meios para que não voltem a ter crises.
A ginástica laboral também tem um papel fundamental na melhora do ambiente corporativo, assim como um canal de comunicação transparente, principalmente, com os profissionais de saúde, como psicólogos ou médicos.
Além disso, é preciso promover ações que motivem a busca pelo equilíbrio na vida, sempre respeitando os limites de cada colaborador, sem exigências que possam comprometer a saúde mental.
Seguindo as nossas dicas, certamente, a Síndrome do Pânico no trabalho estará afastada da rotina em sua empresa, evitando casos de absenteísmo e de afastamentos. Quando os colaboradores se sentem bem, acabam produzindo mais e com mais qualidade.
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