Você sabe o que é comunicação não violenta? Também conhecida pela sigla CNV, é uma prática comportamental desenvolvida ao longo da trajetória de vida das pessoas. Ela interfere diretamente nos relacionamentos e pode ser demonstrada de diversas formas. Por meio dela, a comunicação entre os indivíduos é realizada de maneira respeitosa e com a atenção devida. O escutar e o falar com educação passam a ser a essência das convivências. Quer conhecer mais sobre a comunicação não violenta e como ela pode ser benéfica para o ambiente de trabalho? Acompanhe! Observe o que é permitido fazer Um bom diálogo, palavras leves, de incentivo, e qualquer espécie de bom trato partem segundo a empatia que temos com nós mesmos. Falar com cautela e de forma carinhosa são atitudes de equilíbrio que estão interiorizadas, e que são externadas para viver uma relação confortável e saudável com as pessoas que estão ao nosso redor. A comunicação não violenta é ligada a uma boa educação. Desde os primeiros anos de vida, os pais têm a responsabilidade de educar os seus filhos ensinando regras, limites, respeito, falar em tom e volume respeitoso, e tantas outras ações que condizem com a conduta de uma pessoa bem estruturada. A CNV é também conhecida como “comunicação empática”. Ela tem alguns componentes que as pessoas devem expressar de forma clara para que alcance benefícios. Observação A observação é a primeira ação que o indivíduo deve realizar antes de agir. Ele precisa entender o que está acontecendo em determinada situação. É importante detectar de que forma o ato está sendo manifestado, se por palavras ou por comportamentos, e compreender se isso tem algum ponto a acrescentar de forma positiva. A maneira mais conveniente é observar sem criar um juízo de valor, mas somente entender o que se gosta, ou não, em relação ao que está acontecendo e referente ao que o outro está fazendo. Sentimento Em seguida, é necessário você entender qual o sentimento que o acontecimento despertou em você. Nesse instante, a pessoa deve dar nome ao que sente, como raiva, tristeza, decepção, felicidade, admiração etc. Nesse momento, é importante que você seja suscetível a resolver conflitos e saber identificar o que a pessoa pensa, sente ou interpreta. Veja um exemplo: — Que bom, Márcia, você se dispor a ajudar a Suely quando ela está atarefada. Assim, as atividades são concluídas com mais agilidade, e a empresa e todos nós somos beneficiados. Necessidade Depois de compreender qual sentimento chamou a sua atenção, é preciso identificar quais necessidades estão ligadas a ele. Quando se consegue fazer isso, existe maior probabilidade de elas serem atendidas e, os outros componentes anteriores (observação e sentimento) partem de uma análise minuciosa, exata e sincera. Observe como pode ser aplicada: — Poxa, Cris, eu estava precisando mesmo que alguém me ajudasse a decidir sobre esse assunto na empresa. Vejo que agora vou tomar a decisão mais correta. Obrigada! Pedido Nesse momento, é importante fazer uma solicitação específica, baseada em práticas concretas para que se possa evidenciar o que se espera da outra pessoa. O mais recomendado é usar uma linguagem positiva, de maneira afirmativa, para realizar o pedido. Fale com convicção e de forma branda. Evite frases abstratas, pouco explicativas, ou de maneira ambígua. Agora, vamos apresentar um exemplo de comportamento que ocorre em determinadas organizações, e que apresenta os quatro pontos que citamos: “Maria, quando você aponta os meus erros na frente dos outros funcionários, eu me sinto constrangido. Dá próxima vez, me chame em particular para que você possa me orientar sobre em que eu preciso trabalhar melhor”. Entenda o que não é aconselhado fazer Para que a comunicação não violenta possa realmente transformar os ambientes, é adequado deixar de agir ou utilizar expressões que diminuam as pessoas e as façam se sentir desmotivadas, envergonhadas e tantos sentimentos negativos que têm resultados depreciativos no contexto laboral. Durante uma situação conflituosa, é importante que o indivíduo não fique “armado”, e não reaja com julgamento, no lugar de observação, avaliação, em vez de sentimento, estratégia, em vez de necessidade, e ordem, no lugar de pedido. Ou seja, para evitar turbulências na relação, é necessário que “um seja o fogo e o outro a água”. É por meio de atitudes desse modo que os conflitos são amenizados. A acusação é outra maneira de falar que gera choque, principalmente, quando feita de forma indevida. Veja esse diálogo, como exemplo: — João, você já enviou o documento para o local errado novamente! — Não, Suzana, dessa vez quem fez a remessa foi o Patrick. Esses julgamentos poderiam ter sido evitados se Suzana, por exemplo, tivesse agido utilizando a comunicação não violenta. Observe: — João, você sabe quem fez o envio do documento para a diretoria? Deveria ter sido mandado primeiro para o setor de Recursos Humanos. — Não sei Suzana, mas posso lhe dizer que não fui eu. — Tudo bem, João! Obrigada! As ações que vão de encontro a comunicação não violenta, normalmente, são conflitos consigo mesmo que não são resolvidos. É importante você analisar a própria vida, para descobrir se tem algum bloqueio que o impede de estar em paz consigo mesmo. A resolução pode partir de você, ao fazer uma autoavaliação, e para descobrir porque está sempre na defensiva e se sentindo desconfortável, aborrecido, desprezado etc. É fundamental descobrir por que é importante, para você, sempre defender uma opinião, culpar alguém, dar explicações para tudo, punir pessoas por suas ações, diagnosticar as pessoas ou sentir a necessidade de estar certo em todas as ocasiões. A compreensão de que você age de tal forma é a direção para a autoconsciência. Isso pode ajudar você a descobrir seus bloqueios e modificar suas atitudes para se conectar com seus bons sentimentos. O ideal é ser empático consigo mesmo para promover essas atitudes com as outras pessoas. Por fim, compreender o que é comunicação não violenta é uma maneira de trabalhar a sua forma de pensar, ouvir, agir e reagir a estímulos que veem ao seu encontro, e